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     Fiz essa análise de um pedido de um autor que está começando a entrar
no mundo da literatura. Ele me falou que a sua história não chega a ser clichê. A meu
ver, julgo essas pessoas de um modo que já “viajaram o suficiente para estarem em um novo nível de leitura”, como fosse acima de um degrau – Nota: A maioria das vezes, mesmo aquele leitor que tem o seu favoritismo de um autor famoso, iria ler (mesmo não apreciando) uma trama já “chacoalhada”, e continuará assim até a mesma evoluir e pular para o próximo nível.

Personagens fictícios são tipicamente baseados em uma mistura, variando de leves a extremos, de traços de personalidade na vida real.

"Clichê" é um conceito arbitrário nascido da mente daqueles que começar a perceber semelhanças entre as personagens na mídia, começam a classificá-los com termos como, "emo", "donzela em perigo" e assim por diante.

     Isto não se aplica apenas aos personagens, mas para vários eventos, bem como "viagem no tempo", "império do mal", "forma obrigatória o chefe final" etc. Como consequência natural, as histórias mais lidas / vistas, quanto mais você observá-los estará mais rígido para a próxima.

   Muitas pessoas eventualmente se cansam de observar essas semelhanças e começa a criticar enredo e personagens por serem "em demasia" e tal, mas eu considero que isto é uma má maneira de julgar uma história.

     Não importa o quão original e complexa da história é, as chances são de que vários elementos do enredo e os personagens são uma imitação de algo mais, mesmo sem sequer tentar. Se você encontrar uma história ou um personagem "original" é simplesmente porque você não leu / viu o suficiente.

     Você encontra clichê A Pirâmide Vermelha? A próxima será ainda pior, simplesmente porque A Pirâmide Vermelha é adicionada à lista de histórias que você experimentou. É também por isso o "primeiro livro do autor que você leu é o melhor”. Uma regra é frequentemente verdadeira.

     Um bom leitor precisa colocar um limite às suas expectativas e não procurar uma história completamente original, porque é simplesmente impossível. Mesmo na vida real você vê um máximo de 60-100 personalidades diferentes, você vai perceber que 60-70% deles pensam e agem da mesma maneira.

Eu gostaria que as pessoas parassem de falar sobre clichês sem reconhecer arquétipos.


--------------------------< Destoar >--------------------------

Desafinar, sair do tom.
Discordar; não estar conforme; não ser próprio, sair de uma uniformidade: seus trajes destoavam do conjunto dos convidados..."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012 | 2 comentários | Marcadores: ,

2 comentários:

  1. luz
    13 de fevereiro de 2012 às 15:08

    .... Isso é mais do que óbvio que apesar das estórias serem muito boas, instigantes, fazerem com que páginas e mais páginas sejam lidas e devoradas em um átimo, se pensarmos bem e se tivermos lido muito, vamos encontrar analogias de um autor com outro, mesmo que ele seja excelente. Por exemplo, de praxe, todo livro de Coben tem um sumido, sumir nas suas entrelinhas e nos seus textos já se tornou assunto banal, embora isso não desemreça em nada a qualidade das suas obras. Agora, se formos atrás de tentar comparar Christopher Reich com a sua trilogia A Farsa, A Traição e a Vingança, constataremos que ali alguém também como sumido, é todo o mote do enredo apresentado. Desse modo, podemos aventar que isso é ou não, um clichet?

  1. Vincent Law
    13 de fevereiro de 2012 às 15:41

    Não podemos dizer que seja um clichê se alguém, numa analogia baseada a nossa sociedade, colocar uma arma na cabeça e atirar. A base fundamental seria o motivo que levou a este ato, assim o clichê se distancia das demais obras que já foram criadas.

    Fica claro que o motivo mais absurdo/incrível que seja no enredo fará a pessoa não assimilar tais atos batidos que já passou na sua vida.